O Servo Sofredor Descrito Por Yeshayahu 53

13/03/2017 16:48

 

Resposta às interpretações tendenciosas por parte dos Yehudim ortodoxos sobre o servo sofredor descrito no capítulo 53 (cinquenta e três) do livro de ישעיהו הנביא, Yeshayahu hanavy, o profeta Yeshayahu.

 

Muito embora Yisrael seja chamado de servo em várias passagens, inclusive no livro de Yeshayahu, todavia nesse capítulo 53 não existe nada que prove ser de Yisrael que o profeta fala. Ainda mais porque o sangue de um povo ou de um ser humano pecador, jamais serviu para fazer kaparáh, expiação dos pecados de outros homens, senão o de um homem justo, o Mashiach, o qual foi profetizado figuradamente pelos animais (Yeshayahu, 53:7) que eram oferecidos no Mishkan. Como é possível se dizer que sangue humano não expia pecado e sim o sangue de animais que eram oferecidos no Mishkan e ao mesmo tempo dizer que Yisrael é esse servo que expia pecado? (Yeshayahu, 53:10). Como pode ser Yisrael se no verso 6 (seis) o profeta diz que a iniquidade de nós todos, o Eterno fez cair sobre esse servo fiel? É evidente que aqui também se inclui a iniquidade de Yisrael. Como pode Yisrael sendo pecador expiar o pecado de alguém?

 

Eis aqui um artigo, onde diz que alguns textos que falam sobre o mashiach foram traduzidos intencionalmente, afim de que aqueles que os lessem não identificassem Yeshua como o verdadeiro Mashiach; e outros textos que foram suprimidos ou cortados da leitura do Tanach, aos shábatot nas sinagogas, pelo mesmo motivo já mencionado.

 

O que aconteceu com a haftará de Yeshua? Foi recentemente publicado um artigo pelo Jornal Yisraelense Haaretz, que trata de um assunto polêmico, mas que precisa ser debatido. Muitos estudiosos e pesquisadores das Escrituras, em específico aqueles que se especializaram sobre a brit Chadasháh, vinham questionando algo interessante. Alguns sabem que há uma tradição milenar no judaísmo, que é a leitura de porções dos profetas após a leitura pública da Toráh. Estes textos previamente selecionados dos escritos proféticos são chamados de Haftará. Uma das fontes mais antigas, que descreve ocasionalmente esta tradição judaica, está maravilhosamente preservada em um texto da aliança renovada, em específico em Luka 4:16-20 que diz: “16 Foi a Natsaret, onde havia sido criado, e no Shabat se dirigiu à sinagoga, como de costume. Levantou-se para ler, 17 e lhe foi dado o rolo do profeta Yesha'yahu. Abriu o rolo e encontrou o lugar onde está escrito: 18 “A Ruach de Yahuh está sobre mim; por tanto ele me ungiu para anunciar boas novas aos pobres; enviou-me para curar os que estão com coração quebrantado, para proclamar liberdade aos presos, recuperar a vista dos cegos, para fortalecer os oprimidos com o perdão 19 e proclamar o ano desejado por Yahuh.” 20 Depois de fechar o rolo e devolvê-lo ao shammash   (ajudante), ele se sentou; os olhos de todos os presentes na sinagoga estavam fixos nele.” Este texto fascinante, demonstra com clareza que Yeshua fez a leitura pública do rolo do Navy (profeta) Yeshayahu na sinagoga em um Shabat. O que fazia Ele na ocasião? Nada mais, nada menos, que a antiga e boa tradição judaica da leitura da Haftará, já mencionada. Porém, o problema que alguns estudiosos observaram ao ler esta narrativa, foi: Que trecho é este que Yeshua leu? Ora o texto lido por Ele advém em específico do capítulo 61:1 e 2 do livro do profeta Yeshayahu. Daí surgiu outra questão: Se a leitura das porções dos profetas (a Haftará) é selecionada antecipadamente, em uma tabela oficial. Quando esta leitura é ou era feita na sinagoga? Esta dúvida permaneceu durante muito tempo sem uma resposta satisfatória. Sabe-se que a leitura oficial dos profetas é determinada por uma escala elaborada pela tradição dos rabinos. Assim vem sendo orientada por centenas de anos. Mas, o que se percebe no caso de Yeshua, é que o texto lido por Ele, não se encontra na escala de leituras do judaísmo atual. Por quê? Há algum erro na brit Chadasháh? Há os que sustentam este argumento, porém, esta não é a resposta adequada. Teria então, a lista de leitura das Haftarôt (plural de Haftará) sofrido alguma alteração, por parte de alguns rabinos ou decretos rabínicos? Foi publicado pelo jornal Yisraelense já mencionado, um artigo intitulado em inglês como: “What happened to Yeshua Haftarah?” de autoria de Hananel Mack, cuja informação é no mínimo intrigante. Produto sem dúvida de uma mente crítica e a tenta a possíveis falhas na bela estrutura do judaísmo, imprecisões que precisam ser criticadas e discutidas, ao invés de serem friamente aceitas. O que o autor do artigo propõe, é que existem raras referências na tradição judaica, que podem dar alguma pista de quando exatamente surgiu a prática da leitura dos profetas nas sinagogas. Há obviamente os que argumentam que esta nasceu no período dos Makabim (166-63 A.E.C.), porém o autor deixará claro que estas evidências históricas ainda são questionáveis. O curioso é que ele recorrerá a fontes, inusitadas para o judaísmo, que provam a existência desta prática já na época do II Templo. Incrivelmente um dos documentos, demonstrado pelo autor, que descreve a leitura da Haftará no I século A.E.C., está no chamado Novo Testamento ou seja na Brit Chadasháh. Um trecho é o que narra a leitura pública do profeta Yeshayahu por Yeshua na sinagoga de Natzaret e outro é o que está preservado no livro de Maasei Shilichim (Atos) dos Emissários capítulo 13. Estas são claras evidências de que tal prática era comum na época do II Templo, tanto em Yisrael como na Galút (diáspora). O quê o autor questiona é que, como já fora introduzido, não há menção deste trecho do Navy Yeshayahu (lido por Yeshua) na lista oficial de leituras da Haftará do judaísmo recente. Logo, vem a pergunta: O que aconteceu então, com a Haftará que Yeshua leu na sinagoga de Natzarét?

 

Exclusão deliberada de textos sobre o Mashiach

Para o autor Yisraelense houve uma exclusão deliberada por parte de líderes religiosos Yehudim da diáspora, principalmente em redutos Yehud onde havia uma cultura predominantemente de seguidores do Mashiach Yeshua. Para ele houve uma iniciativa da elite religiosa judaica em Remover os textos em que Yeshua poderia ser identificado ou associado ao Mashiach. A curiosidade é que os capítulos 60, o final do 61, o capítulo 62 e 63 do profeta Yeshayahu, estão na lista de leitura da Haftará. Mas, estranhamente, o início do capítulo 61, que fora lido por Yeshua em Natzarét, não está na lista. Segundo o autor, na verdade o texto lido por Yeshua fora excluído arbitrariamente. Esta inferência apresentada por Mack não foi produzida sem fundamentos. Baseia-se na antiga lista de leitura de Haftarôt encontrada na Guenizá da sinagoga do Cairo. De fato, o referido texto (Yeshayahu 61:1 e 2.) era lido na Haftará desta antiga comunidade do Norte da África. Por quê? Porque as comunidades judaicas desta região, não tinham contato com os debates sobre Yeshua e o judaísmo, afinal eram locais onde havia predominância religiosa islâmica. Não havia conflito entre a cultura local e a estrutura litúrgica do judaísmo nestes locais. Não havia nada, a priori, no Islã que poderia por em risco a emunah (fé) judaica. Em suma, o que o autor tenta demonstrar é que houve um esforço no judaísmo ocidental (que logo se espalhou para o restante do mundo judaico) de excluir textos que eram tradicionalmente usados por talmidim de Yeshua como textos prova a respeito de uma possível “messianidade” de Yeshua. Estes eram os chamados textos messiânicos.

 

Todos os textos abaixo foram excluídos  deliberadamente da tradição judaica, por motivos óbvios. O interessante é que a leitura atual da Haftará engloba os versos ou capítulos, antes ou depois destes trechos, mostrando claramente a resistência do judaísmo ortodoxo em inserir em sua liturgia textos messiânicos.

Alguns textos excluídos pela tradição judaica ortodoxa da leitura das haftarôt:

 

  • Yeshayahu 7:14 – “14 Portanto o mesmo Yahuh vos dará um sinal: Eis que uma jovem moça conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu Nome Ymmánu’El [Conosco está ‘Elo(rr)hím(i)].”

 

  • Yeshayahu 52:13 e 14 “13 Eis que o meu servo procederá com prudência; será exaltado, e elevado, e mui sublime. 14 Como pasmaram muitos à vista dele, pois o seu parecer estava tão desfigurado, mais do que o de outro qualquer, e a sua figura mais do que a dos outros filhos dos homens.”

 

  • Yeshayahu 53:1-6 “1 Quem deu crédito à nossa mensagem? E a quem se manifestou o braço do Yahuh? 2 Porque foi subindo como renovo perante ele, e como raiz de uma terra seca; não tinha beleza nem formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos. 3 Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum. 4 Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Elohim, e oprimido. 5 Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a shalom estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. 6 Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Yahuh fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos.”

 

  • Yeshayahu 42:1-7 “1 Eis aqui o meu servo, a quem sustenho, o meu eleito, em quem se apraz a minha néfesh; pus o meu ruach sobre ele; ele trará justiça aos goyim. 2 Não clamará, não se exaltará, nem fará ouvir a sua voz na praça. 3 A cana trilhada não quebrará, nem apagará o pavio que fumega; com verdade trará justiça. 4 Não faltará, nem será quebrantado, até que ponha na terra a justiça; e as ilhas aguardarão a sua instrução. 5 Assim diz Elohim, o Yahuh, que criou os shamayim, e os estendeu, e espraiou a terra, e a tudo quanto produz; que dá a respiração ao povo que nela está, e o ruach aos que andam nela. 6 Eu, o Yahuh, te chamei em justiça, e te tomarei pela mão, e te guardarei, e te darei por aliança do povo, e para luz dos goyim. 7 Para abrir os olhos dos cegos, para tirar da prisão os presos, e do cárcere os que jazem em trevas.” Conforme vemos em Matityahu 12:17-23 “17 Para que se cumprisse o que foi dito pelo navy Yeshayahu: 18 “Eis o meu servo, quem Eu apóio; Meu Escolhido, em quem minha néfesh se agrada; Eu pus a minha Ruach sobre Ele; Ele fará a integridade sair para as nações. 19 Ele não chorará, nem elevará sua voz na rua. 20 Ele não quebrará uma vara ferida, nem extinguirá um pavio que esteja se apagando; Ele trará a justiça segundo a verdade. 21 Ele não falhará nem será esmagado até que tenha estabelecido a justiça na terra, e as ilhas esperarão pela Sua Toráh.” 22 Trouxeram-lhe então um endemoniado cego e mudo; e Ele o curou, de modo que o mudo falava e via. 23 E toda a multidão, maravilhada, dizia: “É este, por acaso, o Filho de David?”

 

  • Yirmeyahu 31:31-33: “31 Eis que yamim vêm, diz o Yahuh, em que farei uma aliança renovada [Brít Chadasháh] com a casa de Yisrael e com a casa de Yehudáh. 32 Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no yom em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Mitsrayim; porque eles não permaneceram na minha aliança apesar de Eu os haver desposado, diz o Yahuh. 33 Mas esta é a aliança que farei com a casa de Yisrael depois daqueles yamim, diz o Yahuh: Porei a minha Toráh no seu interior, e a escreverei no seu coração; e Eu serei o seu Elohim e eles serão o meu povo.”

 

  • Hoshêah 11:1 “1 Quando Yisrael era menino, Eu o amei; e do Mitsrayim chamei a meu filho.”

 

  • Mikakhayahu 5:2 “2 E tu, Beit lechem Efrata, posto que pequena entre os milhares de Yehudáh, de ti me sairá o que governará em Yisrael, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os yamim da eternidade.”

 

  • Zekakhayahu 9:9 “9 Alegra-te muito, ó filha de TSiyón; exulta, ó filha de Yerushalayim; eis que o teu rei virá a ti, justo e salvo, pobre, e montado sobre um jumento, e sobre um jumentinho, filho de jumenta.”

 

Parece meio óbvio, que estes textos tenham sido excluídos da leitura pública da tradição judaica, fica evidenciado que estas profecias têm profundas implicações de ordem messianológica, em favor de Yeshua como única pessoa histórica que se tem relato textual que cumpriu, ou pelo menos teve algum vínculo com estas profecias. O que se vê é um esforço deliberado contra a figura de Yeshua como Mashiach.

 

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